sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Templo negro em tempo de consciência negra


20 de novembro, Dia estadual da Consciência Negra.

Este feriado é comemorado marcando o aniversário de morte de Zumbi dos Palmares, um dos grandes mártires da luta pela liberdade negra. Lá se vão mais de quatro séculos...

Este texto de hoje, mais do que comemorar ou dissertar, pretende refletir.

Oficialmente, os escravos foram libertados em 13 de maio de 1888. Mas as relações de trabalho, em especial aos mais pobres, à época pouco se diferenciavam apesar da 'liberdade' conquistada. Na prática, houve alteração na forma de organização de produção. Alguma liberdade, é verdade, mas restrita.

No Brasil, o trabalhador só passou a ter alguma liberdade após a Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada no governo de Getúlio Vargas. Neste momento havia uma movimentação mais livre por parte dos empregados no sentido de se movimentar entre empregos diferentes.

Para o negro, em especial, o conceito de liberdade ainda pode ser considerado bastante relativo. Quando vemos a sociedade e percebemos que ainda hoje há extrema dificuldade de inserção nas camadas mais altas da sociedade, notamos como ainda há muita coisa a ser feita.

O sacrifício de Zumbi e outros mártires valeu a pena ?

Sem dúvida alguma, a cultura negra hoje é bastante mais aceita que no início do século passado. Contudo houve a necessidade de um processo de aculturação, adaptação, mitigação de seus costumes, sua cultura e suas crenças.

Como bons exemplos deste fenômeno podemos citar a religião e o samba. Ambos passaram por um processo de aculturação - e, em certos casos, de dominação e perda de controle sobre o fenômeno.

Por outro lado, lastima vermos, em pleno Século XXI, manifestaçles de racismo latentes e explícitas. O preconceito é praga que não se findou. A própria estátua de Zumbi aqui no Rio, volta e meia, é vítima deste estigma com pichações e vandalismo.

A "consciência negra" deve ser empregada na luta por oportunidades iguais, por empregos iguais, pela não-discriminação. Este é uma luta de todos nós, brasileiros.

Como dizia o Salgueiro em 1989, "o Centenário não se apagará". Este é o espírito.

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