O jornal Valor Econômico publicou ontem matéria sobre a CPI da Petrobras que é absolutamente esclarecedora. Coloco aqui alguns trechos da matéria, que pode ser lida na íntegra no link acima.
Os grifos são meus.
"Governistas esvaziam CPI da Petrobras
O governo conseguiu
esvaziar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga
denúncias de irregularidades cometidas pela Petrobras. A reunião
prevista para hoje foi adiada para a próxima semana, sem que a oposição
esboçasse resistência. Com amplo controle do governo, a CPI não gerou o
constrangimento nem a preocupação que o Palácio do Planalto temia. Nos
bastidores, a comissão é conhecida como a CPI do senador Romero Jucá
(PMDB-RR), líder do governo e relator da comissão: ele controla as
sessões e interfere em todos os depoimentos.
A estratégia do governo de dominar os rumos da CPI deu certo. Até mesmo a oposição tem se ausentado das reuniões. (...)
O esvaziamento
político da comissão é percebido não só nas cadeiras vazias da sala de
audiências, mas também nos debates e na falta de denúncias apresentadas
pelos senadores do PSDB e do DEM contra a estatal. (...)
A oposição demonstra
desânimo com a comissão. " Temos muita dificuldade em conseguir
informações contra a Petrobras " , reclamou o senador Antonio Carlos
Magalhães Júnior. (DEM-BA), um dos três titulares da oposição na CPI. "Não temos muitas denúncias concretas contra a Petrobras. Até mesmo o
Tribunal de Contas da União ainda está revendo as irregularidades " ,
comentou ACM Júnior: " Mas ainda não jogamos a toalha ".
Nos bastidores, senadores da oposição creditam ao PSDB a falta de empenho na comissão. " Desde o começo o PSDB estava dividido em relação à CPI. Não queriam" , comentou um oposicionista. "Muitos senadores podem se comprometer ao criticar empresas que financiam campanhas " , explicou outro parlamentar. " (...)
Senadores do DEM e do
PSDB apostam na próxima fase da comissão, na investigação de
patrocínios e contratos com ONGs para retomar as denúncias contra a
Petrobras. ´São denúncias que têm mais visibilidade política, apesar de
não serem tão graves quanto o superfaturamento na refinaria Abreu e
Lima " , explicou o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), na semana passada,
ao sair da comissão. Na próxima fase, com início no dia 22, deverá ser
ouvido o gerente de Comunicação Wilson Santarosa. " Vamos acabar
´mordendo´ alguma coisa nessa fase " , disse ACM Jr. " Os patrocínios
são muito pulverizados, o que dificulta o controle da Petrobras, disse.
O senador explicou que a oposição contava com a " colaboração da
imprensa" , para fazer novas denúncias e que sem isso "fica difícil
surgir mais informações contra a estatal". " Botamos fé na imprensa"
, comentou. (...)"
Traduzindo em português politicamente incorreto, fica claro que o objetivo da oposição é enfraquecer a petroleira brasileira e, por tabela, afetar o governo.
Também explicita a conexão entre os interesses da chamada grande imprensa e os políticos da oposição. Aliás, se a CPI é para investigar supostas irregularidades e eles confiam na imprensa para tal, mesmo inventando factóides, para quê CPI, afinal ?
O bem comum e a saúde da empresa ficam em quinto plano. O importante é destruir a empresa, fazer o jogo das empresas estrangeiras, paralisar o governo e ganhar publicidade na televisão a fim de se cacifar para as próximas eleições.
Só que, como as declarações de desepero da matéria indicam, resolveram mexer com o adversário errado. Para quem não sabe, a Petrobras segue todos os mais avançados parâmetros da governança corporativa, como por exemplo a Lei Sarbanes-Oxley. É obrigada também a seguir os exigentes controles do Tribunal de Contas da União.
Vai ser difícil arrumarem factóides para fazer demagogia neste caso.
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